Valéria
21 anos
Mãe da Ana Júlia, e apaixonada por ela
Sou de Goiânia
Casada
Meio boba de vez em quando.
Mas de vez em quando me faço de boba.
Sou super desastrada. Mais do que devia.
Uso óculos, mas só de vez em quando.
Meu sonho era usar aparelho fixo.
Gosto do meu nome.
Mas ia me chamar Michele, que odeio.
Já quis fazer Medicina Veterinária.
Já quis fazer Gastronomia.
Já quis fazer Fisioterapia.
Hoje não faço nada
Mas ainda quero fazer Fonoaudiologia.
Tenho medo de ser assaltada.
Já quis fugir de casa.
Fui traída.
Chorei e sofri por isso.
Já traí.
Os meus princípios.
Não alguém.
Já me arrependi.
Errei.
Errei.
Errei.
E vou continuar errando até acertar.
Já fui morena.
Já tive o cabelo roxo.
E rosa também.
E hoje sou ruiva.
Acredito em Deus.
Sou evangélica.
Gosto de dinheiro.
Gosto de gastar dinheiro.
Mas gosto do MEU dinheiro.
Sou extremamente romântica.
E se você leu até aqui bem vindo ao meu blog...
A essa altura do campeonato, eu já estava eufórica em saber se a história era verdade ou não. Nem consegui dormir direito na sexta feira. Sábado a Daiane me contou tudo. O Kened havia falado pro Bruno que gostava de mim, o Bruno falou pra namorada dele, Núbia, a Núbia, falou pra minha amiga Daiane, e a Daiane contou pra mim. Pelo menos, essa fofoca ajudou em alguma coisa ne? Ainda era sábado de manhã e como eu acho que nasci de 5 meses, precisava fazer alguma coisa urgente. Eu não ia agüentar esperar até o Kened tomar coragem e vir falar comigo, por que paciência é algo que não existe em mim. O que eu fiz? Escrevi uma carta, romântica e dramática ao extremo, capaz de fazer qualquer um chorar. Não me lembro bem o conteúdo, mas eu escrevi que se ele não gostasse de mim, não precisava me dizer, que o silêncio dele em relação à carta bastaria pra eu saber disso. E blábáblábá, blábláblá. Sábado à tarde eu fui pra igreja, e às 3 era o horário do ensaio dele, que tocava baixo. Eu tinha a informação e a carta, agora só faltava coragem pra entregá-la. Não pensei duas vezes e incumbi essa ardilosa tarefa à minha amiga Monaliza. Eu tinha célula numa casa perto da igreja às 5 horas, então, esperei até esse horário pra pedir pra ela entregar a carta. Ela entregou e eu sumi de cena, só voltei às 7 da noite, com o coração apertado de angústia mesmo, doendo de incerteza e de não ter feito a coisa certa talvez. E eu tive certeza de que estava errada quando cheguei à igreja e ele simplesmente me ignorou. Ele tinha lido a carta e estava em silêncio, isso queria dizer que não gostava de mim. Faltava 1 hora pro culto de jovens, e ele ao invés de aproveitar esse tempo pra falar comigo, fingiu que eu não existia. Acho que foi a pior hora da minha vida. Ah, não foi não, foi um pouquinho mais tarde. Até cruzei com ele na portaria da igreja mas abaixei a cabeça de tanta vergonha, e fui me sentar. O culto começou e ele não falou nada, eu só queria morrer. Como é que eu iria olhar pra ele agora, com que cara eu iria olhar? Mais uma vez eu fui precipitada demais, e dei com os burros n'água?